quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Produtores rurais e usinas buscam alternativas para o combate a mosca do estábulo

A chegada da época das chuvas pode agravar um problema que atrapalha a pecuária, a mosca do estábulo. Com o objetivo de buscar soluções, principalmente através da prevenção de focos do inseto, a Federação da Agricultura e Pecuária (Famasul) e a Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) procuraram a Embrapa para discutir técnicas que possam ajudar no combate a mosca, que pode causar perdas de 15 a 20% no peso dos animais de corte e diminuição de 40 a 60% no volume de leite produzido.

Um workshop sobre o problema reuniu pesquisadores, médicos veterinários, representantes dos produtores rurais e técnicos de usinas nesta quinta-feira, 23 de setembro, na Embrapa Gado de Corte em Campo Grande. O setor de bioenergia busca alternativas porque a mosca pode se desenvolver também nos resíduos orgânicos liberados pelas usinas. De acordo com o presidente da Comissão de Bioenergia da Famasul, Luiz Alberto Novaes, a solução está em envolver todos os interessados no fim do problema para que seja encontrada uma solução em conjunto. “Nossa ideia é resolver a questão. Pedimos a ajuda da Embrapa, pois é ela quem tem o conhecimento técnico para ajudar o campo”, aponta. 

Além das perdas de produtividade com os animais parasitados pela mosca do estábulo, esses insetos podem transmitir doenças como a brucelose e a tripanossomíase. O médico veterinário e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Fernando Paiva, explica que as moscas incomodam muito o animal, que passa a se mexer mais e a comer menos tentando se livrar do inseto, por isso ocorre a perda de peso. “A picada da mosca do estábulo é muito dolorida, e pode ainda causar feridas. Ela ataca principalmente as pernas e em uma tentativa de se ver livre do incômodo, o gado fica inquieto”, explica. 
A proximidade das usinas sucroalcooleiras com áreas de pecuária, oferece um ambiente mais propício ao desenvolvimento da mosca, mas segundo o professor Paiva, dá para conciliar as duas atividades sem prejuízo, principalmente porque segundo ele, o controle de focos do inseto é o responsável por 90% do sucesso no combate ao problema. O presidente da Biosul, Roberto Hollanda, ressaltou a importância de unir produtores rurais e as usinas para ações de prevenção. “Nós estamos aqui, em parceria com a Famasul, buscando alternativas. O apoio técnico da Embrapa oferece medidas que aplicadas trarão benefícios para as duas cadeias produtivas, a do boi e a da cana”, conclui.
Congresso de Parasitologia

Para tratar de outras parasitoses que prejudicam a pecuária, nos dias 11 a 14 de outubro acontece em Campo Grande o XVI Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária. Como apoiadora do evento, a Famasul sugeriu alguns temas importantes que serão tratados em palestras de interesse do setor produtivo. As palestras serão “Controle da mosca-dos-estábulos em áreas de cultivo de cana” e “Medidas de controle para a cisticercose bovina”, que serão realizadas durante o Congresso no auditório da Famasul. Realizado pelo Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária, o evento traz uma programação que inclui diversas atividades como mesas redondas, painéis com a participação de especialistas reconhecidos internacionalmente e a apresentação de trabalhos que representem o atual estado da parasitologia animal no Brasil. Mais informações através do site www.cbpv.org.br e pelo telefone (67) 3301 8915.

Fonte: Folha de Dourados

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