A dose não continha o princípio ativo que age contra a raiva
O governo chinês confirmou que um menino de cinco anos, que foi mordido por um cachorro, morreu após receber uma vacina antirrábica falsa. Ele tomou a dose em uma clínica pública da região autônoma de Guangxi (sul do país). O fato pode ter se repetido em outras 1.600 mortes suspeitas.
Segundo publicou nesta terça-feira (28) o jornal South China Morning Post, o caso ocorreu no final do ano passado, mas ainda não tinha sido divulgado.
Em dezembro de 2009, o menino morreu por insuficiência respiratória provocada pela raiva na cidade de Laibin, 51 dias após receber a primeira das seis injeções antirrábica. A criança, que fora mordida por um cachorro, tinha sido levada até um hospital público para receber a vacina. Após a morte, o pai dela pediu exames e uma amostra da injeção.
No entanto, as autoridades de controle de medicamentos do município concluíram que a vacina era falsa, pois não encontraram os componentes que previnem e combatem a raiva.
A empresa que fabrica o produto negou ter elaborado e distribuído fármacos naquela região. O chefe do departamento de saúde de Laibin, Deng Haiming, afirmou que cinco hospitais da localidade usaram remédios falsos, e outros seis hospitais e 23 clínicas compraram medicamentos de forma ilegal.
O caso da criança morta é o único confirmado até o momento como consequência de não ter recebido tratamento adequado. No entanto, segundo o jornal local, 1.656 pessoas foram vacinadas nesses centros de saúde, e várias delas morreram por razões ainda não conhecidas.
Entre junho e setembro, 1.649 pessoas inoculadas com vacinas falsas foram tratadas com injeções aprovadas pelo Governo e adquiridas pelas autoridades de Laibin. As vacinas falsas não passavam de misturas com água fervida. Oito pessoas já foram detidas por produzir estas vacinas.
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