quarta-feira, 4 de julho de 2012

CETAS/SEROPÉDICA: Unidade do Ibama continua sem receber animais silvestres devido a obras


Centro de triagem em Seropédica receberá barreiras acústicas



Obras do Arco Metropolitano fecham Centro de Triagem de Animais Silvestres; biólogo João de Deus com arara cega
Foto: Paulo Nicolella / Agência O Globo
Obras do Arco Metropolitano fecham Centro de Triagem de Animais Silvestres; biólogo João de Deus com arara cegaPAULO NICOLELLA / AGÊNCIA O GLOBO
RIO - Os animais silvestres apreendidos no Rio continuam temporariamente sem destino. Há mais de um mês, o Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama, em Seropédica, na região Metropolitana do Rio, deixou de aceitar bichos para executar obras de isolamento acústico no entorno para que a construção do Arco Metropolitano, ao lado do abrigo, não afete as duas mil espécies que vivem lá. O problema é que, até o momento, apenas janelas e portas com barreiras acústicas foram colocadas. A parte principal da obra, uma barreira acústica de quatro metros de altura, atrasou devido ao replanejamento em sua estrutura. Segundo o Ibama, as operações do instituto estão suspensas neste período.
— O projeto da barreira acústica precisou ser reformulado pois antes ela ficaria na divisa entre o abrigo e a obra do Arco Metropolitano. Agora, ela será colocada onde ficam os periquitos. No mais tardar até o fim de julho, a barreira vai estar pronta — garantiu a analista ambiental e superintendente do Ibama no Rio, Silvânia Medeiros Gonsalves.
Enquanto o centro de triagem não recebe animais, a solução é encaminhar os bichos apreendidos para um zoológico ou para centros de triagem de outro estado. Mas Silvânia garante que, apesar de o abrigo em Seropédica não poder receber grande quantidade de apreensões, as espécies não estão desamparadas.
— Ninguém fica sem atendimento. Não podemos receber uma apreensão enorme, mas individualmente o centro de triagem pode atender ou pelo menos orientar para onde esses bichos podem ser levados — disse.
A gerente do programa veterinário da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA Brasil), Rosângela Ribeiro, acredita que o Ibama deve providenciar um novo local o quanto antes para as espécies silvestres.
— O animal silvestre não é como um animal comum, não pode ser levado pra casa e sim encaminhado para um órgão competente. Até porque, em geral, esses animais são encontrados com algum dano, machucados. Eles não podem ser deixados de lado — explica Rosângela.
A Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca) afirmou que está construindo dentro da fazenda Modelo, na Ilha de Guaratiba, um centro de triagem provisório para aves, o que deve ajudar a dar um destino aos animais.
— Existem cães e gatos neste local atualmente. Vamos transferi-los para um galpão reformado. A intenção é receber aves, já que esses animais representam 95% das apreensões no estado. A previsão é que, até o fim de julho, ele esteja funcionando — disse Coronel José Maurício Padrone, coordenador da Cicca.
Mudança de endereço
A construção de um novo centro de triagem foi uma das condições para a obra do Arco Metropolitano atravessar a Floresta Nacional Mário Xavier, onde funciona o atual abrigo de animais. Segundo a Secretaria estadual de Obras, o projeto de um novo espaço foi desenvolvido e apresentado para avaliação do Ibama. No entanto, o instituto precisou mudar a área onde seria construído o novo centro de triagem e, por isso, a licitação da obra foi cancelada. Ficou acordado, então, que o abrigo será transferido até dezembro para uma região da própria Floresta Nacional Mário Xavier, localizada na Via Dutra.

http://oglobo.globo.com/rio/unidade-do-ibama-continua-sem-receber-animais-silvestres-devido-obras-5342159#ixzz1zeuw6CUB

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