Anderson Viegas d
o Agrodebate
foto: Anderson Viegas
O consumo per capita de carne ovina no Brasil é de apenas 400 gramas por pessoa ano e está muito abaixo de outros tipos de carne, como a de aves que chega a 43,4 quilos por ano, a bovina, que é de 37,4 quilos por ano e a suína, que é de 14,1 quilos por ano. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (28), em Campo Grande, pelo presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO), Paulo Afonso Schwab, durante o Encontro Sul-Mato-Grossense Proovinos, que foi promovido pelo Senar, Famasul e Funar.
Segundo o presidente da ARCO, o rebanho brasileiro, de aproximadamente 17,3 milhões de animais, é insuficiente para atender a demanda do mercado interno e a maior parte dos animais não tem registro formal. "No ano passado o consumo brasileiro de carne ovina chegou a 88,4 mil toneladas, mas a maior parte dessa carne foi abatida informalmente, 74,4 mil toneladas. A produção inspecionada, ou seja, o abate oficial foi de apenas 6,1 mil toneladas e as importações chegaram a 7,8 mil toneladas", comenta.
Schwab diz ainda que se o consumo per capita de carne ovina no País passasse momentaneamente de 400 gramas para 2,5 quilos por pessoa ano que o Brasil precisaria para atender essa demanda de um rebanho de 50 milhões de animais. "Mais do que demanda grande pelo produto, temos bons preços no horizonte dos próximos dez anos tanto no mercado interno, quanto no externo, que se abre, principalmente o dos países árabes, se tivermos produção", comenta.
O presidente da ARCO revela ainda que a carne ovina é pouco consumida no País em razão de uma série de fatores como: falta de hábito de consumo pela população, irregularidade da oferta, má qualidade do produto colocado a venda, em razão de boa parte vir do abate informal e má apresentação do produto ao público.
"Hoje nosso grande foco do trabalho é aumentar o rebanho. Com produção, a indústria vai se instalar. Não podemos nem fazer propaganda atualmente da carne ovina porque não vamos ter condições de atender a demanda", comenta, completando que os frigoríficos de ovinos regularmente instalados em todo o País estão operando com grande capacidade ociosa.
Mato Grosso do Sul, de acordo com o presidente do Conselho do Senar, Ademar Silva Júnior, tem um rebanho de aproximadamente 700 mil cabeças, o que o coloca como o oitavo do País. Ele diz que a entidade em parceria com outras instituições do setor produtivo através de ações como o Proovinos quer estimular o desenvolvimento da ovinocultura no Estado.
"Somos o Estado da oportunidade no agronegócio. Temos disponibilidade de terras, boas condições de solo, disponibilidade de água e bom clima para a ovinocultura, que pode ser consorciada ainda com outras atividades como a silvicultura e a pecuária bovina. Outra vantagem nossa é que temos uma raça, a de ovelha pantaneira, que está totalmente adaptada as condições do Estado e pode representar para a ovinocultura o que o nelore foi para a pecuária de corte", concluiu.
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