segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quarentenário em suinos - Revisão Bibliográfica

Por  Dr Luiz Eduardo Ristow


Segurança do seu Patrimônio: Quarentenário

Do grande capital investido em um empreendimento de granja suinícola, o rebanho corresponde a grande parte, seja de animais matrizes e reprodutores ou mesmo de animais de produção. Por isso a suinocultura exige que a prevenção seja a maior e mais importante ferramenta de atuação sanitária na granja. Impedir a entrada de determinados patógenos e manter uma boa estabilidade sanitária e imunológica do rebanho pode ser a diferença entre o lucro e o fracasso da atividade e por isso, medidas de biossegurança estão sendo cada vez mais adotadas nas granjas brasileiras. Adotar Biossegurança significa o desenvolvimento e implementação de normas rígidas que terão a função de proteger o rebanho contra a introdução de qualquer tipo de agente infeccioso, seja ele vírus, bactéria, fungo e/ou parasita, bem como manter a sanidade e aumentar a resistência dos animais aos desafios. Um programa efetivo de biosseguridade exige o desenvolvimento de vários itens e aspectos técnicos como restrição de visitas, plano de desinfecção, plano de vacinação, entre outros. Mas dentre eles se destaca também o uso de Quarentena. A quarentena consiste em manter isolados e sob observação, animais recém-adquiridos, aparentemente sadios, mas que potencialmente podem ser portadores e difusores de diferentes agentes patogênicos.


Quarentenário

As granjas atualmente necessitam comprar marrãs-matrizes e reprodutores constantemente, pois estes, representam o material genético de reposição e melhoramento necessário para o alcance de níveis de produtividade satisfatórios. Esta aquisição deve ser criteriosa e responsável, pois além dos aspectos genéticos se faz preponderante a segurança sanitária. A reposição deve ser feita de animais oriundos de granjas sanitariamente controladas, conforme vigente em lei e que apresentem certificado de garantia. O histórico de mercado do Fornecedor de Genética e sua postura frente a situações anteriores é um excelente indicador do teor de idoneidade e garantias que se podem esperar. Deve-se ter em mente sempre que, independente da origem, todos os animais adquiridos devem ser considerados suspeitos. Todos os reprodutores de reposição devem, necessariamente, passar por um período de quarentena antes de serem introduzidos na granja e terem contato direto ou indireto com os demais animais do rebanho, patrimônio da granja.

A quarentena deve manter o animal isolado por um período, não necessariamente de 40 dias como sugere o nome, mas que deve ser suficiente para cobrir o tempo de incubação daquelas doenças cuja presença está se tentando monitorar e ainda ser economicamente viável. O período de incubação das doenças dos suínos é bastante variável, tendo as principais um período de incubação de duas a dez semanas ( tabela 1). Observa-se na literatura que o período sugerido para a realização da quarentena é tema controvertido e diferente entre os autores. De acordo com alguns autores seis semanas seria o período ideal, suficiente para atender o período de incubação de várias doenças, e muito importante: possível de se realizar na prática.

O esquema que adotamos em diversas Granjas que auxiliamos tem sido o de manter os animais recém-adquiridos por no mínimo 45 dias (ou ideal de 60 dias) no Quarentenário. Esses animais sempre deverão ser provenientes de granjas certificadas. Na quarentena, faz-se coleta de sangue para exames sorológicos para Pleuropneumonia (App), Mycoplasma e até mesmo Doença de Aujezsky, dentre outros. Optou-se em muitos empreendimentos suinícolas por repor animais apenas três vezes ao ano, pois consideram que a medida diminui o risco de contaminação.

Medidas de biossegurança e higiene em Inseminação Artificial incluem o Quarentenário como um procedimento obrigatório para reduzir o risco de problemas sanitários na Central de Inseminação Artificial com a introdução de novos machos. É sugerido que o Quarentenário deve ser isolado e distante da Central, atender a normas rígidas de acesso de pessoas e veículos, ser atendido por pessoal exclusivo e operar estritamente no sistema todos-dentro/todos-fora. Deve-se fazer sorologia no início para averiguar o status dos animais recebidos e no final do período de quarentena para verificar se os animais recebidos soroconverteram, ou seja, desenvolveram anticorpos contra os microrganismos que vieram carregando.

Segundo o Institut Techinique du Porc (ITP), na França, a quarentena é um ponto essencial de proteção para as granjas de produção. O ITP afirma que os primeiros 15 dias de quarentena, consistem da fase de observação dos animais, que devem estar totalmente isolados do resto da granja. Algumas enfermidades podem ser observadas nesse período. Posteriormente, por 25 a 30 dias os animais devem, gradativamente, se acostumar aos microrganismos existentes na granja por isso a quarentena deve se localizar na periferia da granja, do lado oposto dos ventos dominantes, e é sugerido a introdução de uma matriz adulta na baia de quarentena, para cumprir este objetivo.

Alguns pontos devem ser observados durante a permanência dos animais no Quarentenário: o exame clínico completo deve ser feito por médico veterinário na chegada dos animais; os lotes devem ser inspecionados observando a ocorrência de sinais clínicos, pelo menos duas vezes por dia nos 15 primeiros dias e 1 vez ao dia no período subseqüente sendo recomendável registrar/anotar os sinais clínicos (incidência de tosse, espirro e mesmo fezes moles ou diarreicas). Deverá ser coletado sangue para análises sorológicas como recomendado anteriormente. Caso algum sinal clínico seja detectado ou algum exame sorológico dê resultado positivo, o médico veterinário deve decidir a atitude a ser tomada.

Alguns empreedimentos adotam que os animais quando chegam devem ser vermifugados e receber tratamento conta sarna sarcóptica, mas antibióticos e promotores que podem mascarar as doenças bacterianas são evitados. Os animais deverão ser vacinados contra doenças endêmicas existentes na granja assim como receber vacinação de rotina na propriedade, tomando o cuidado de evitar vacinas que possam confundir a interpretação dos resultados sorológicos.

Deve-se providenciar vestiário com chuveiros diferenciados para acesso ao quarentenário, assim como uniformes e botas exclusivos do quarentenário. Os funcionários da quarentena não podem ser os mesmos que trabalham nos demais setores da granja, nem mesmo na fábrica de rações que atende a granja.

Apesar de aumentar a segurança, a quarentena não garante a total eliminação do risco de introdução de doenças no sistema de produção, um plano completo de Biossegurança é o recomendável e seu custo é sempre inferior as perdas decorrentes de surtos e da instalação de doenças nas granjas.


Conclusões

  • Animais introduzidos na granja sempre devem ser considerados suspeitos até que se prove o contrário.
  • Devem ser evitados lotes compostos, ou seja diferentes granjas de origem (mesmo sendo da mesma genética) para compor um lote de reposição.
  • Para alcançar seus objetivos, critérios rígidos devem ser adotados e seguidos no Quarentenário.
  • O período de permanência dos animais na quarentena é variável entre os autores, sendo nossa sugestão um período entre 5 dias a 60 dias. Quanto menor o período mais rígidos devem ser os controles e exames clínico e laboratoriais.
  • A coleta de amostras para verificação do status sanitário dos animais deve ocorrer nos primeiros dias da chegada dos animais (máximo 3) e entre 7 a 10 dias antes da data prevista de entrada dos animais na granja.
  • A definição dos exames (sorológicos, bacteriológicos e outros) e amostragem deve ser definida por veterinário capacitado e atendendo aspectos epidemiológicos e interesses da granja.
  • O uso de Quarentenário na Suinocultura reduz consideravelmente o risco de introdução de doenças infecto-contagiosas nas granjas.


Tabela 3 - Número de amostras a testar para se ter 90% de confiabilidade que a doença será detectada se presente em/ou acima dos 5 níveis de incidência ou contaminação.


Período de Incubação
Período como Portador
Possíveis ações durante a Quarentena
Doenças virais
TGE
1-4 dias
4 meses
Sorologia (pesquisa  do vírus)
Doença de Aujezsky
3-8 dias
2 anos
Sorologia (pesquisa  do vírus)
PRRS
2-5 dias
> 4 meses
Sorologia (pesquisa  do vírus)
Peste Suína
5-10 dias
meses
Sorologia (pesquisa  do vírus)
PSA
4-19 dias
meses
Sorologia (pesquisa  do vírus)
Parvovirose
4-14 dias
longo
Sorologia. Vacinação.
Febre Aftosa
2-5 dias
suíno não é portador
Sorologia (pesquisa  do vírus)
Doença vesicular
2-5 dias
meses
Sorologia (pesquisa  do vírus)
Influenza
1-3 dias
1 mês
Sorologia (pesquisa  do vírus)
Doenças Bacterianas
Erisipela
1-7 dias
meses
Vacinação. Tratamento
Tuberculose
14-28 dias
não
Tuberculinização
Leptospirose
7-10 dias
> 6 meses
Sorologia, vacinação, tratamento
Brucelose
1-2 semanas
longo
Sorologia
Rinite Atrófica (P)
1-2 meses
12 meses
Isolamento da Pasteurella multocida A/D toxigênicas
Disenteria Suína
1-3 semanas
3 meses
Pesquisa da bactéria
Ileíte
1-2 semanas
???
Sorologia (pesquisa  da bactéria)
Salmonelose
2-5 dias
4 meses
Isolamento da bactéria
Meningite
1-3 meses
12 meses
Pesquisa da bactéria, Vacinação
Estreptocóccica
Mh-Micoplasma
Hyopneumoniae
2-10 semanas
6 meses
Sorologia (pesquisa  da bactéria)
App- Actinobacillus
Pleuropneumonaie
1-3 dias
2-3 meses
Sorologia (pesquisa  da bactéria)
Doenças Parasitárias
Sarna
1-4 meses
longo
Exame de Raspado, Tratamento
Parasitas internos
variável
longo
Exame de fezes, Tratamento


Legenda:

TGE= Gastroenterite Transmissível; PRRS= Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos suínos ou PRRS; PSC= Peste Suína Clássica; PSA= Peste Suína Africana; Rinite Atrófica(P) = Rinite Atrófica Progressiva.


Observação: 

Algumas enfermidades acima se fazem necessárias para granjas comerciais, outras para Granjas de alto valor sanitário e muitas para animais importados. Consulte sempre um veterinário.



domingo, 30 de maio de 2010

Farmland - Jogo para crianças para aprendizado de bem estar animal

Pessoal vejam o link :  http://www.farmland-thegame.eu/home_pt.html

Interessante jogo para crianças para o aprendizado de produção animal e bem estar animal.

Vacina para ebola


Vacina para ebola




Cientistas desenvolvem vacina experimental que se mostrou eficaz contra dois dos tipos mais letais de ebolavírus e um novo, para o qual não havia sido projetada (foto: CDC)

Divulgação Científica

Vacina para ebola

24/5/2010
Agência FAPESP – Uma vacina experimental contra ebola protegeu macacos não apenas contra os dois tipos mais letais de ebolavírus conhecidos como também contra outro, que foi identificado depois de a pesquisa da vacina ter começado.
Desenvolvida por cientistas ligados aos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, as vacinas se mostraram eficientes e protegeram primatas das duas espécies de vírus idenficadas em 1976 e de outra descoberta em 2007.
Atualmente, não existem vacinas ou tratamentos específicos disponíveis para o controle de epidemias de ebola. A febre hemorrágica ebola é uma doença infecciosa grave e frequentemente fatal. Epidemias ocorreram em diversos países africanos.
O estudo, liderado por Nancy Sullivan, do Centro de Pesquisas de Vacinas no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), foi publicado na revista de acesso livre PLoS Pathogens.
“Esse trabalho importante mostra que é possível gerar imunidade de espécies de ebolavírus identificadas recentemente com uma vacina desenhada a princípio para proteger contra outras espécies”, disse Anthony Fauci, diretor do NIAID.
“Essa descoberta influenciará o desenvolvimento de futuras vacinas e poderá abrir um caminho para o desenvolvimento de uma única vacina que funcione tanto para espécies de ebolavírus conhecidas como para emergentes”, afirmou.
A vacina experimental contra o ebola tem dois componentes. O primeiro consiste de uma vacina de DNA que contém um pequeno pedaço de material genético que codifica proteínas de superfícies de ebolavírus do Zaire e do Sudão. O segundo componente é um vírus enfraquecido que transmite a proteína de superfície do ebolavírus da linhagem Zaire.
Segundo os cientistas, a vacina levou à um aumento, em macacos usados no estudo, na produção de anticorpos e à uma forte reação na parte celular do sistema imunológico, que inclui linfócitos T – os quais ajudam a orquestrar a resposta imune geral.
“Uma vacina ideal para o ebola deveria estimular a imunidade geral de modo que não precisemos correr atrás do desenvolvimento de vacinas inteiramente novas à cada espécie de vírus descoberta”, disse Nancy.
Mas desenvolver uma vacina que proteja contra múltiplos tipos de ebolavírus é um grande desafio, afirma a pesquisadora. Para a parte do sistema imunológico responsável pela produção de anticorpos, cada espécie é encarada diferentemente. Ou seja, anticorpos que reconheçam uma espécie de vírus podem não reconhecer outra.
O artigo Demonstration of cross-protective vaccine immunity against an emerging pathogenic Ebolavirus species (doi: 10.1371/journal.ppat.1000904), de Nancy Sullivan e outros, pode ser lido emhttp://dx.plos.org/10.1371/journal.ppat.1000904

Reis da savana Africana


Reis da savana


Nem leão, nem elefante. Segundo nova pesquisa, os animais mais importantes para o bioma africano são os pequenos cupins, que estimulam a produtividade vegetal e animal (foto: divulgação)


Divulgação Científica

Reis da savana

26/5/2010
Agência FAPESP – Leões? Elefantes? Girafas? Nenhum deles. Os majestosos animais mais frequentemente associados com a savana africana não têm um papel tão importante quando o assunto é a importância para o ecossistema.Pelo menos não tanto como a do verdadeiro rei da savana nesse caso, que é o modesto cupim. Segundo uma nova pesquisa, o pequeno inseto contribui enormemente para a produtividade do solo por meio de uma rede de colônias uniformemente distribuídas.
Os cupinzeiros estimulam de modo importante a produtividade vegetal e animal em nível local, enquanto que sua distribuição por uma área maior maximiza a produtividade do ecossistema como um todo, indicam os pesquisadores.
A conclusão do estudo, publicado na revista de acesso livre PLoS Biology, confirma uma abordagem conhecida da ecologia de populações: frequentemente são as menores coisas que importam mais.
“Não são os predadores carismáticos – como leões e leopardos – que exercem os maiores controles em populações. Em muitos aspectos, são os pequenos personagens que controlam o cenário. No caso da savana, aparentemente os cupins têm uma tremenda influência e são fundamentais para o funcionamento do ecossistema”, disse Robert Pringle, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, um dos autores da pesquisa.
Os cupinzeiros estudados no Quênia central têm cerca de 10 metros de diâmetro e se encontram distribuídos com distâncias de 60 a 100 metros entre eles. Cada estrutura abriga milhões de insetos e são muitas vezes centenárias.
Depois de observar um número inesperado de lagartos nas vizinhanças de cupinzeiros, Pringle e colegas passaram a quantificar a produtividade ecológica relativa à densidade da estrutura.
Os pesquisadores observaram que cada cupinzeiro dava suporte a densas agregações de flora e de fauna. Plantas cresciam mais rapidamente quando estavam mais próximas aos montes e as populações de animais e as taxas de reprodução diminuíam à medida que se afastavam dos mesmos.
O que os pesquisadores observaram em campo foi ainda mais fácil de perceber por meio de imagens feitas por satélite. Cada cupinzeiro se encontrava no centro de uma “explosão de produtividade floral”.
O mais curioso é que essas manifestações de produtividade são organizadas, distribuídas uniformemente como se fossem as casas de um tabuleiro de xadrez.
O resultado é a formação de uma “rede otimizada de plantas e animais intimamente ligados à distribuição ordenada dos cupinzeiros”, segundo Pringle.
Os cientistas estão estudando os mecanismos que levam à distribuição centrada nos cupinzeiros. Uma suspeita é que os cupins distribuem nutrientes, como fósforo e nitrogênio, que beneficiam a fertilidade do solo.
“Cupins costumam ser vistos como pragas e ameaças à produção agrícola, mas a produtividade – tanto em cenários selvagens como dominados pelo homem – pode ser muito mais intrincada do que se estimava”, disse Pringle.
O artigo Spatial Pattern Enhances Ecosystem Functioning in an African Savanna (PLoS Biol 8(5): e1000377.doi:10.1371/journal.pbio.1000377), de Robert Pringle e outros, pode ser lido emhttp://biology.plosjournals.org

Série Especial: Bem-Estar Animal - Parte 9 (Último Artigo)


Por  Rosangela Poletto
rpoletto@purdue.edu


Programa de Garantia da Qualidade Suína (PQA) Plus: Uma proposta para a suinocultura brasileira – Parte 2     
Com o crescente questionamento e preocupação por parte do mercado consumidor interno e externo (também de importância para a exportação brasileira), a respeito das praticas de produção de suínos nos Estados Unidos, o Conselho Nacional de Suinocultores agregou a ‘Boa Pratica de Produção’ numero 10 ao antigo programa de Garantia da Qualidade Suína (PQA), a qual propõe extensivamente métodos e praticas para garantir o bem-estar dos suínos.
A adição desta ultima pratica gerou então o novo programa de Garantia da Qualidade Suína, chamado PQA Plus™, o qual e parte da iniciativa ‘Nós Nos Preocupamos’ (‘We Care’) adotada pela indústria dos Estados Unidos. As ‘Boas Praticas de Produção’ do numero 1 ao 9 estão descritas no artigo anterior, e detalhes sobre os princípios da ‘Boa Pratica de Produção’ numero 10 estão descritos abaixo.
10. Oferecer cuidado apropriado aos suínos para melhorar o bem-estar dos mesmos.
Este GPP consiste de 12 princípios de cuidado e bem-estar.
i. Manter dados/registros de visitas veterinária, de medicamentos e tratamentos, treinamentos com foco no bem-estar de suínos (eutanásia, como manejar os animais nas diferentes fases de produção, e outras práticas de manejo).
ii. Suporte de emergência; ter por escrito um plano de ação de emergência, sistemas de detecção de emergências (e.x. alarmes para informar falhas em sistemas automatizados como ventilação e controle de temperatura, e distribuidores de ração), e ter implantado um sistema de reserva (que seja checado regularmente) para ser usado em situações de emergência.
iii. Avaliação da granja por consultores treinados pelo programa pelo menos uma vez a cada três anos.
  
iv. Observação diária dos animais com o objetivo de detecção rápida de animais doentes ou com ferimentos e mórbidos, alem de detecção de problemas de manejo e alojamento. Manter dados/registros (até mesmo num calendário) das observações diárias dos alojamentos e animais.
v. Avaliação diária dos animais em relação ao desempenho produtivo (ganho de peso e eficiência, taxa de morbidade e parto), levando-se em consideração genética e nutrição. A avaliação física dos animais também é recomendada, ou seja, observar a pele (e.x. lesões causadas por brigas, ou por objetos pontiagudos nos alojamentos) e as extremidades (cauda, pernas e cascos) dos suínos. Incidência de laminite, ferimentos, prolapso retal, e comportamento dos suínos. Animais que são repetitivamente maltratados e abusados irão demonstrar medo na presença de pessoas.
vi. Escore da condição física, que varia de 1 (emaciado) ate 5 (obeso), como um indicador da qualidade do programa nutricional e da eficiência do plano de manutenção dos alojamentos.
vii. Alocação de espaço físico para cada animal; todos os animais devem ter espaço suficiente para deitar de lado sem que a cabeça apóie sobre outro animal ou no comedouro, por exemplo. Fêmeas alojadas em gaiolas devem ter espaço para deitar lateralmente sem que a cabeça apóie no comedouro e os quartos traseiros encostem-se à parede da gaiola.
viii. Ter um plano de ação para eutanásia por escrito com o objetivo de minimizar dor e estresse. Animais que não respondem ao tratamento veterinário, imobilizados, e com escore corporal baixo devem ser sacrificados com prontidão e de forma humanitária por pessoas treinadas para realizar o procedimento.
ix. Manutenção de alojamentos; manter baias e gaiolas livres de objetos protusos que podem causar lesões, o piso deve ser rugoso para minimizar escorregões e quedas, e pisos vazados (especialmente de concreto) devem ser mantidos em boa condição para minimizar laminite e outras lesões de casco e membros; ter espaço de comedouro de acordo com a lotação; e água deve estar disponível pelo menos duas vezes ao dia e em quantidade suficiente para satisfazer a necessidade dos animais.
x. Manejo e movimento de animais deve ser feito com cuidado, de forma calma e quieta. Preferencialmente mover suínos em grupos de ate 6 animais, eliminar distrações visuais, e levar em consideração que suínos tendem a se mover mais facilmente de uma área com pouca luz para áreas claras. O auxilio de equipamentos adequados para mover suínos como as tábuas de manejo e objetos que possam fazer algum tipo de barulho também facilitam o movimento dos animais. O uso de choque elétrico é estressante e deve ser evitado ou minimizado.
xi. Controle inadequado da temperatura e qualidade do ar em alojamentos fechados pode afetar o bem-estar dos animais; o melhor indicador da percepção dos suínos em relação ao ambiente que estão vivendo é o comportamento de termoregulação, suínos se aglomeram quando com frio mas se dispersam quando expostos a uma temperatura acima da zona de conforto. Níveis de amônia e poeira no ar devem ser mantidos abaixo de 25 ppm (partes por milhão).
xii. Atos de negligencia e abuso contra os animais são inaceitáveis. Por exemplo, intencionalmente aplicar choques em áreas sensíveis do animal como olhos, orelha, focinho e reto; maliciosamente bater num animal; ou propositalmente fornecer aos animais o mínimo de alimento, água e cuidado que resulte em adoecimento ou morte. Ações deste tipo devem ser informadas a autoridades pertinentes como o dono ou gerente da granja, ou instituições de proteção aos animais e/ou com poder judicial.
     
A produção de suínos no Brasil pode ainda estar longe de seguir um programa como o PQA Plus™. No entanto, para manter a competitividade da produção suína brasileira, principalmente no mercado internacional, a industria já precisa pensar na adaptação de seus critérios de avaliação das praticas de produção no que diz respeito a fatores relacionados ao bem-estar dos animais. Atualmente, a opinião pública e mudanças nas legislações tem sido a força causal maior em provocar mudanças em praticas de produção que afetem o bem-estar, não somente de suínos  mas em outras espécies de produção em lugares como os Estados Unidos e Europa. No entanto, iniciativas ‘amigáveis’, como e o caso do programa PQA Plus, que tem o objetivo de educar os produtores sobre o bem-estar animal e boas praticas de produção, podem ser eficientes e menos severas para com a industria e ao mesmo tempo garantir a credibilidade para o consumidor sobre a forma como os suínos são criados e abatidos.
Referencia
http://www.pork.org/Producers/PQAP.aspx?c=PQA

terça-feira, 25 de maio de 2010

Emerging Infecious Diseases - Volume 16, Number 6–June 2010

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Table of Contents
Volume 16, Number 6–June 2010



RESEARCH

DISPATCHES
MEDSCAPE CME ACTIVITY
Invasive Aspergillosis after Pandemic (H1N1) 2009
     A. Lat et al. 
Novel Norovirus in Dogs with Diarrhea
     J.R. Mesquita et al. 
Novel Betaherpesvirus in Bats
     S. Watanabe et al. 
Pandemic (H1N1) 2009, Shanghai, China
     Y. Shen and H. Lu 
Enterovirus Genotype EV-104 in Humans, Italy
     A. Piralla et al. 

COMMENTARIES
Whence Feral Vaccinia?
     R.C. Condit 
The Wages of Original Antigenic Sin
     D.M. Morens et al. 

PHOTO QUIZ
Who is this man?
     M. Schultz 

LETTERS
Original Antigenic Sin and Pandemic (H1N1) 2009
     A.A. Adalja and D.A. Henderson 
Human Anaplasmosis and Anaplasma ovis Variant
     D. Chochlakis et al. 
Lassa Fever, Nigeria, 2005–2008
     D.U. Ehichioya et al. 
Laboratory Diagnosis of Lassa Fever, Liberia
     M. Panning et al. 
Pandemic (H1N1) 2009 in Skunks, Canada
     A.P. Britton et al. 

BOOK REVIEWS

ABOUT THE COVER
The Unbearable Lightness of Being
     P. Potter 

NEWS AND NOTES

domingo, 23 de maio de 2010

França: normas sanitárias internacionais serão discutidas na 78ª Assembléia da OIE, em Paris

* Publicado por Fabiano Fiuza


Começa neste domingo (23) a 78ª Sessão Geral da Assembleia dos Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Paris (França). Até 28 de maio, representantes 175 nações discutem temas do setor como normas internacionais de segurança sanitária aplicadas ao comércio de animais e seus produtos, luta contra enfermidades e a qualidade dos serviços veterinários, além do ponto de vista dos setores público e privado sobre a aplicação das normas vigentes. 

O diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Jamil Gomes de Souza, será o delegado brasileiro na reunião. “O encontro é importante para que sejam definidas normas mundiais relacionadas às garantias sanitárias e saúde animal. Como um grande exportador, a cada ano, o Brasil vem demonstrando seu maior interesse em participar dos debates, evidencia Jamil Souza. 

As sessões gerais da OIE resultam em uma síntese completa da situação zoosanitária mundial. A reunião geralmente é realizada na última semana de maio, sempre no país sede da organização. Também participam do evento observadores de instituições internacionais que têm acordo oficial com a OIE.
Fonte: Mapa 

quarta-feira, 19 de maio de 2010

MANUAL VETERINÁRIO DE COLHEITA E ENVIO DE AMOSTRAS




Este Manual foi realizado no âmbito do Termo de Cooperação Técnica (TCT) com o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (PANAFTOSA) da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/ Organização Mundial da Saúde (OMS).
Completo:
http://bvs1.panaftosa.org.br/local/File/textoc/SerManTec13.pdf
Capítulos:Sumário
http://bvs1.panaftosa.org.br/local/File/textoc/SerManTec13-sumario.pdf
Capítulo 1: Biossegurança
http://bvs1.panaftosa.org.br/local/File/textoc/SerManTec13-cap1-biosseg.pdf
Capítulo 2: Ruminantes, Equídeos e Suídeos - pt. 1
http://bvs1.panaftosa.org.br/local/File/textoc/SerManTec13-cap2-rum-equ-sui(1).pdf
Capítulo 2: Ruminantes, Equídeos e Suídeos - pt. 2
http://bvs1.panaftosa.org.br/local/File/textoc/SerManTec13-cap2-rum-equ-sui(2).pdf
Capítulo 2: Ruminantes, Equídeos e Suídeos - pt. 3
http://bvs1.panaftosa.org.br/local/File/textoc/SerManTec13-cap2-rum-equ-sui(3).pdf
Capítulo 3: Aves
http://bvs1.panaftosa.org.br/local/File/textoc/SerManTec13-cap3-aves.pdf
Capítulo 4: Abelhas
http://bvs1.panaftosa.org.br/local/File/textoc/SerManTec13-cap4-abelhas.pdf
Bibliografia