quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Caprinos: Pododermatite contamina todo rebanho e é capaz de matar


Doença contagiosa em caprinos e ovinos deve ser acompanhada desde o início; produtores devem ser rigorosos com higiene, afastar animais infectados e aplicar vacina anual
Juliana Royo11/08/2010  
A pododermatite é uma doença contagiosa, causada por uma bactéria, que pode se espalhar por praticamente todo o rebanho e até matar os animais. Ela provoca o descolamento do casco, provocando a dificuldade no deslocamento. Com as fortes dores e a dificuldade para se locomover, o animal não consegue buscar alimento e emagrece até definhar completamente. Normalmente o produtor descobre o problema antes desta fase crítica, no entanto, como a pododermatite é contagiosa, ela já pode ter se espalhado pelo rebanho. Por isso, é muito importante que o produtor fique bem atento ao casco das ovelhas e cabras, principalmente na questão de lesões e surgimento de vermelhidão. Métodos rigorosos de higiene e a vacina específica para a doença são as melhores formas de ficar livre do problema que, em épocas de ondas de calor e alta umidade, pode ser mais grave do que as verminoses.



— Juntamente com a verminose, ela se constitui nas doenças principais destes animais. O produtor deve ter o máximo de cuidado com a doença. Nas épocas de calor e alta umidade a pododermatite pode ser mais importante até do que a verminose. O produtor vai notar alguns animais do rebanho mancando. Ele deve fazer a análise do casco, olhar entre os dedos e, se tiver um formação avermelhada ou esbranquiçada, provavelmente é o início da doença. Neste caso, deve observar se já está havendo crescimento de casco e aí fazer o corte do casco e o tratamento inicial. No momento em que estes animais deveriam estar gordos eles começam a mancar, às vezes deixam de caminhar à procura de alimento por causa da dor no casco, e começa o processo de emagrecimento, que pode levar à morte — explica o médico veterinário Amaury Apolônio, pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros.
O manejo profilático é o mais importante com a higiene correta dos cascos e a constante observação na forma como o animal está caminhando. A limpeza dos apriscos e do pasto também é fundamental para eliminar qualquer resquício da bactéria causadora da pododermatite. Existe uma vacina específica que deve ser aplicada anualmente, principalmente na época de maior incidência da doença. Mas, se o animal estiver muito exposto à bactéria, a vacina não surte 100% de efeito, então é preciso que os cuidados higiênicos não sejam deixados de lado. Apolônio destaca que quando for necessária a remoção de pedaços dos cascos eles devem ser queimados para não virarem fonte de contaminação. 
As ovelhas e cabras que tenham a pododermatite devem ser afastadas do rebanho e isoladas em uma área em que recebem o tratamento adequado e não contaminem o resto. No caso de animais que já estejam em um estado avançado da doença, com o casco já solto e lesão nos tecidos moles, é preciso que os produtores apliquem antibióticos à base de penicilina e procurem um médico veterinário.
— Quando o produtor compra um animal, ele deve olhar o casco como um todo para verificar se não há nenhuma lesão. Mesmo assim, deve ser feita uma quarentena, em que o animal novo no rebanho deve ficar isolado por 40 dias. O manejo profilático do rebanho é o principal porque o produtor deve observar periodicamente os casos, se eles estão grandes e precisando ser aparados, se eles apresentam algum tipo de infecção, mesmo que não seja a pododermatite como algum fungo ou machucado — diz Apolônio.
"Nas épocas de calor
 e alta umidade a
 pododermatite pode
 ser mais importante
 do que a verminose"

 Amaury Apolônio,
 Embrapa Tabuleiros Costeiros


Disponível em 
http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Newsletter.asp?data=12/08/2010&id=22407&secao=Pacotes%20Tecnológicos

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