O Paraná recuou no plano anunciado em março e vai manter a vacinação contra a febre aftosa em novembro para todo o rebanho, de cerca de 9,6 milhões de animais. A decisão foi tomada ontem à tarde em reunião de integrantes do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), que reúne instituições públicas e privadas. Um dos pontos que pesaram na análise foi a falta de profissionais para fazer a fiscalização em fronteiras.
O anúncio de que tinha a intenção de deixar de usar vacina contra a doença foi feito depois de o Estado, um ano antes, ter reduzido as doses de duas para uma em animais com mais de 24 meses de idade. Em maio foram vacinados apenas bovinos e bubalinos com menos de dois anos, e a campanha atingiu 96% do rebanho nessa faixa etária, ou 4,1 milhões de animais.
A intenção, com o fim da aplicação a partir de novembro, seria abrir mercados para a carne do Paraná. O primeiro Estado a suspender a vacinação contra a febre aftosa foi Santa Catarina.
O Paraná acumula mais de 40 anos de campanhas de vacinação. O último registro da doença aconteceu em 2005, depois de confirmados casos no vizinho Mato Grosso do Sul. No começo do ano, o então secretário da Agricultura do Estado, Valter Bianchini, dizia acreditar no sucesso do plano de suspensão da aplicação das vacinas. Ele foi substituído por Erikson Chandoha, que explicou que o governo está com dificuldade para contratar veterinários e técnicos agrícolas para reforçar a vigilância sanitária.
Chandoha disse que, por ser ano político, o Estado não pode realizar concurso público, por isso chamou profissionais aprovados em 2006, mas apenas oito veterinários serão nomeados. Será feita uma terceira chamada do mesmo concurso.
O secretário esclareceu que o foco continua na suspensão da vacinação, mas não definiu datas para colocar o plano em prática. Em maio, a previsão de que seria a última campanha resultou em falta de doses no comércio para atender a demanda, e o prazo de vacinação teve de ser prorrogado até 12 de junho.
Marli Lima-Valor Econômico.
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