quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Está faltando coelho para abastecer o mercado



Está faltando coelho para abastecer o mercado. Um abatedouro de Salto de Pirapora, em São Paulo, aumentou o preço pago pela carne em busca de fornecedores.
Mais um carregamento de coelhos chega ao abatedouro em Salto de Pirapora. Os animais foram trazidos de Tatuí, cerca de 80 quilômetros de distância. Esse já é o terceiro lote que Wagner e Douglas entregam desde quando começaram a criar os animais, em março deste ano.
“Nós estamos ganhando cerca de 50%. Tem sido um excelente negócio. Nós não temos a preocupação de vender”, disse Wagner.
Por falta de matéria prima o abatedouro vem funcionando apenas uma vez por semana. Recebe todos os meses cerca de cinco mil animais, mas tem mercado para muito mais coelho.
O dono do abatedouro Mareck Jan Kac disse que só para atender ao mercado interno precisaria de 20 mil cabeças por mês. Vem aumentando o preço pago ao criador gradativamente. Mesmo assim, falta coelho. “Hoje, estamos pagando R$ 4,60 o quilo do coelho vivo. De um ano para cá aumentou 15% contra uma inflação de 6% a 7% ao ano”, calculou.
O único abatedouro no Brasil credenciado para exportar carne de coelho trabalha com inspeção do Ministério da Agricultura. Os veterinários responsáveis pela fiscalização dizem que o mercado desta carne praticamente não é explorado no país.
“Se compararmos o Brasil com outros países da América do Sul, a Argentina tem nove estabelecimentos habilitados a exportação e o Brasil tem apenas esse habilitado para a exportação de carne de coelho”, disse o veterinário Francisco Tomazella.
São Paulo é o segundo estado que mais cria coelhos no Brasil. O Rio Grande do Sul é o primeiro.

Vítimas de raio




Vinte touros morreram depois de serem atingidos por um raio em uma fazenda de Uberaba, no triângulo mineiro.

VII Fórum Ciência e Sociedade: Juventudes, prazeres e riscos

FIOCRUZ Brasília vira palco de debates entre estudantes de Ensino Médio, pesquisadores, professores, instituições públicas e sociedade

Com o tema Juventudes, prazeres e riscos, e considerando o jovem como ator multiplicador de informação na escola e comunidade, o Fórum Ciência e Sociedade deu início hoje ao seu momento máximo. Até o dia 1º de outubro, estudantes de Ensino Médio das escolas públicas do DF, professores, pesquisadores e representantes da sociedade debatem na FIOCRUZ Brasília questões que interferem no presente e no futuro dos jovens brasileiros. Na abertura do evento, hoje pela manhã, representantes dos ministérios da Saúde e Educação, e das secretarias de Educação e de Saúde do DF, além de pesquisadores da Fiocruz, saudaram os jovens participantes do Fórum.
O evento abordará temas delicados da atualidade, como discussões sobre o acesso a preservativos nas escolas e a participação dos jovens na campanha “1billionhungry” (Um bilhão de pessoas com fome), promovida pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura (FAO). No prédio da FIOCRUZ Brasília, foi preparado o “Cantinho da Prevenção”, espaço de orientação aos jovens sobre o uso de preservativos, e de distribuição de materiais sobre sexualidade e jogos interativos, entre eles o ZigAids e Amor e Sexo.
A programação prevê a realização das mesas redondas: Desafios atuais para os jovens; Cultura, ciência e educação: sexualidade e uso de drogas; e Direitos e projetos de vida, além de mostras culturais e apresentações dos grupos formados durante a fase de sensibilização do Fórum.
Entre os participantes desta edição estão representantes do Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Secretaria de Saúde do DF, Secretaria de Educação do DF, Fiocruz, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade de São Paulo (USP).
O evento prevê ainda apresentação de trabalhos dos estudantes, feitos a partir da utilização das mais variadas linguagens artísticas, como pintura, fotografia, escultura e dramatização. O objetivo do Fórum é aproximar o jovem da ciência, por meio de assuntos relacionados ao seu cotidiano.

Enviado por Paulo Abílio

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

CONCURSO PÚBLICO IDAF /2010


O Governo do Estado do Espírito Santo autorizou a realização de Concurso Público para o provimento de 279 vagas do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf).
Data prevista para a publicação do edital: novembro.
Salários: Os salários de nível técnico são no valor de R$ 1.956,24, para nível tecnólogo de R$ 2.717,00 e para nível superior R$ 3.912,48.
Cargos e lotações previstas: Estão em fase de estudos e serão disponibilizados em breve no site do Idaf.


Rebanho aumenta 19% em dez anos




Rebanho aumenta 19% em dez anos
29/09/10 - 00:00 
De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o rebanho brasileiro apresentou alta de 19,7% na última década. Entre 1999 e 2009 o plantel somou 197,1 milhões de cabeças, ou 32,5 milhões de cabeças a mais que em 1999. Houve também variação na distribuição do rebanho.

Neste levantamento, Mato Grosso, que possui o maior rebanho de bovinos do Brasil com 27 milhões de cabeças, acumula expansão de 48% no período, sendo o quarto em evolução no ranking nacional. A taxa de crescimento foi observada em Rondônia, mais de 103%.

Em 1999 as regiões Sul e Sudeste detinham 38,3% do rebanho nacional, ante 61,7% no restante do país. Em 2009 o rebanho da região Sul e Sudeste representava 32,3% do total e o das demais regiões, 67,7%.

Embora a expansão para o Norte do país tenda a diminuir, devido às pressões ambientais, nos últimos anos houve aumento significativo dos rebanhos de Rondônia (103,3%), Pará (71,6%) e Tocantins (25,6%).

No Nordeste, a Bahia e o Maranhão merecem destaque, com aumentos de 23,3% e 67,8%, respectivamente, no período analisado.

Além de estados do Norte, houve aumento em rebanhos da região central do país, como em Minas Gerais (10,7%), Mato Grosso (48%) e Goiás (10,2%).

Em São Paulo, devido ao preço elevado da terra e rentabilidade menor em relação a outras atividades (custo de oportunidade), a pecuária tem diminuído, com a utilização das terras para agricultura, por exemplo. Em São Paulo o rebanho diminuiu 12,6% entre 1999 e 2009.


Raiva mata mais de 55 mil pessoas por ano em todo o mundo



28/9/2010 11:59,  Redação, com Rádio ONU - de Nova York
Esta terça-feira marca o Dia Mundial da Raiva 2010. O evento é apoiado pela Organização Mundial da Saúde e destaca o impacto da raiva humana e animal, e como evitar a enfermidade ao combatê-la nos animais.
Segundo a Aliança para o Controle da Raiva, a doença mata mais de 55 mil pessoas todos os anos, o equivalente a um óbito a cada 10 minutos. A maioria os casos ocorre na África e na Ásia.
Segundo especialistas, os casos de raiva em seres humanos são 100% evitáveis através de tratamento médico adequado.
As crianças são o maior grupo de risco, porque estão mais propensas a serem mordidas por cachorros com raiva.
A Aliança para o Controle da Raiva foi formada em 2006. O objetivo do grupo é mobilizar a participação popular para combater a doença. A Aliança começou convidando 55 mil pessoas para fazerem algo, uma para cada óbito de raiva no mundo. Um ano depois, o número de voluntários havia subido para 400 mil em 74 países.

Criança que tomou vacina falsa contra raiva humana morre na China


A dose não continha o princípio ativo que age contra a raiva
O governo chinês confirmou que um menino de cinco anos, que foi mordido por um cachorro, morreu após receber uma vacina antirrábica falsa. Ele tomou a dose em uma clínica pública da região autônoma de Guangxi (sul do país). O fato pode ter se repetido em outras 1.600 mortes suspeitas.
Segundo publicou nesta terça-feira (28) o jornal South China Morning Post, o caso ocorreu no final do ano passado, mas ainda não tinha sido divulgado.
Em dezembro de 2009, o menino morreu por insuficiência respiratória provocada pela raiva na cidade de Laibin, 51 dias após receber a primeira das seis injeções antirrábica. A criança, que fora mordida por um cachorro, tinha sido levada até um hospital público para receber a vacina. Após a morte, o pai dela pediu exames e uma amostra da injeção.
No entanto, as autoridades de controle de medicamentos do município concluíram que a vacina era falsa, pois não encontraram os componentes que previnem e combatem a raiva.
A empresa que fabrica o produto negou ter elaborado e distribuído fármacos naquela região. O chefe do departamento de saúde de Laibin, Deng Haiming, afirmou que cinco hospitais da localidade usaram remédios falsos, e outros seis hospitais e 23 clínicas compraram medicamentos de forma ilegal.
O caso da criança morta é o único confirmado até o momento como consequência de não ter recebido tratamento adequado. No entanto, segundo o jornal local, 1.656 pessoas foram vacinadas nesses centros de saúde, e várias delas morreram por razões ainda não conhecidas.
Entre junho e setembro, 1.649 pessoas inoculadas com vacinas falsas foram tratadas com injeções aprovadas pelo Governo e adquiridas pelas autoridades de Laibin. As vacinas falsas não passavam de misturas com água fervida. Oito pessoas já foram detidas por produzir estas vacinas.
"Copyright Efe - Todos os direitos de reprodução e representação são reservados para a Agência Efe."

Produtores rurais e usinas buscam alternativas para o combate a mosca do estábulo

A chegada da época das chuvas pode agravar um problema que atrapalha a pecuária, a mosca do estábulo. Com o objetivo de buscar soluções, principalmente através da prevenção de focos do inseto, a Federação da Agricultura e Pecuária (Famasul) e a Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) procuraram a Embrapa para discutir técnicas que possam ajudar no combate a mosca, que pode causar perdas de 15 a 20% no peso dos animais de corte e diminuição de 40 a 60% no volume de leite produzido.

Um workshop sobre o problema reuniu pesquisadores, médicos veterinários, representantes dos produtores rurais e técnicos de usinas nesta quinta-feira, 23 de setembro, na Embrapa Gado de Corte em Campo Grande. O setor de bioenergia busca alternativas porque a mosca pode se desenvolver também nos resíduos orgânicos liberados pelas usinas. De acordo com o presidente da Comissão de Bioenergia da Famasul, Luiz Alberto Novaes, a solução está em envolver todos os interessados no fim do problema para que seja encontrada uma solução em conjunto. “Nossa ideia é resolver a questão. Pedimos a ajuda da Embrapa, pois é ela quem tem o conhecimento técnico para ajudar o campo”, aponta. 

Além das perdas de produtividade com os animais parasitados pela mosca do estábulo, esses insetos podem transmitir doenças como a brucelose e a tripanossomíase. O médico veterinário e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Fernando Paiva, explica que as moscas incomodam muito o animal, que passa a se mexer mais e a comer menos tentando se livrar do inseto, por isso ocorre a perda de peso. “A picada da mosca do estábulo é muito dolorida, e pode ainda causar feridas. Ela ataca principalmente as pernas e em uma tentativa de se ver livre do incômodo, o gado fica inquieto”, explica. 
A proximidade das usinas sucroalcooleiras com áreas de pecuária, oferece um ambiente mais propício ao desenvolvimento da mosca, mas segundo o professor Paiva, dá para conciliar as duas atividades sem prejuízo, principalmente porque segundo ele, o controle de focos do inseto é o responsável por 90% do sucesso no combate ao problema. O presidente da Biosul, Roberto Hollanda, ressaltou a importância de unir produtores rurais e as usinas para ações de prevenção. “Nós estamos aqui, em parceria com a Famasul, buscando alternativas. O apoio técnico da Embrapa oferece medidas que aplicadas trarão benefícios para as duas cadeias produtivas, a do boi e a da cana”, conclui.
Congresso de Parasitologia

Para tratar de outras parasitoses que prejudicam a pecuária, nos dias 11 a 14 de outubro acontece em Campo Grande o XVI Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária. Como apoiadora do evento, a Famasul sugeriu alguns temas importantes que serão tratados em palestras de interesse do setor produtivo. As palestras serão “Controle da mosca-dos-estábulos em áreas de cultivo de cana” e “Medidas de controle para a cisticercose bovina”, que serão realizadas durante o Congresso no auditório da Famasul. Realizado pelo Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária, o evento traz uma programação que inclui diversas atividades como mesas redondas, painéis com a participação de especialistas reconhecidos internacionalmente e a apresentação de trabalhos que representem o atual estado da parasitologia animal no Brasil. Mais informações através do site www.cbpv.org.br e pelo telefone (67) 3301 8915.

Fonte: Folha de Dourados

XI Congresso Brasileiro de Higienistas de Alimentos



Inspeção Sanitária Animal no Haiti

Inspeção Sanitária Animal no Haiti –
Major Veterinário Francisco Augusto Pereira dos Santos
 A Resolução nº 1.542 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), de 30 de abril de 2004 criou a Missão das Nações Unidas para a Estabilização  do Haiti (MINUSTAH), com a finalidade de pacificação dos conflitos internos daquele país, atribuindo ao Brasil a liderança da missão em sua capital Porto Príncipe.
 Com o advento do terremoto de 7.0 graus na escala Richter que atingiu aquele país em janeiro de 2010, causando um total estimado de 200.000 mortes, centenas de desabrigados e prejuízos incontáveis ao já deficiente sistema sanitário, o Comando de Operações Terrestres (COTER), órgão do Exército Brasileiro responsável pela manutenção da missão no Haiti, em maio deste ano, designou uma equipe com dois oficiais veterinários e um sargento de saúde, a fim de proceder a uma avaliação higiênicosanitária, ambiental e epidemiológica no Contingente Brasileiro (CONTBRAS). O efetivo empregado foi oriundo do Instituto de Biologia do Exército (IBEx) no Rio de Janeiro, instituição responsável pela realização dos exames laboratoriais no Contingente Brasileiro por ocasião de sua partida do Brasil e retorno do Haiti.
  O IBEx também possui em seus quadros, uma Divisão de Ensino e Pesquisa com profissionais capazes de avaliar os resultados obtidos nas diversas análises utilizadas.
 Foram empregados na missão, no período de 5 a 19 de maio, o Major Veterinário Francisco Augusto Pereira dos Santos, formado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, especialista em Inspeção de Alimentos e a 1º Tenente Veterinária Karen Gomes de Souza, formada na Faculdade Estácio de Sá e com Pós-Graduação em Higiene e Saúde Pública e Inspeção de Alimentos de Origem Animal.
 Para atingir os objetivos definidos, foram utilizados equipamentos tais como termômetro espeto, termômetro infra-vermelho, balanças convencionais e analíticas, phmetro, lupas, entre outros, e acondicionados em “cases” especialmente confeccionados para a missão.
 Dividimos em sete as categorias a serem observadas:
 1. Gestão do Controle de Vetores
2. Gestão da Segurança Alimentar
3. Gestão dos Resíduos de Saúde
4. Gestão da Água
5. Gestão do Controle de Pragas
6. Gestão da Prevenção de Zoonoses
7. Gestão dos Resíduos Sólidos e Líquidos de Viaturas e Geradores
 1. Gestão do Controle de Vetores
 Segundo dados da ONU, o Haiti é considerado endêmico para o dengue com transmissão através do mosquito do gênero Aedes aegypti e possui alto risco de acometimento por malária durante todo o ano, tendo como principal transmissor o mosquito do gênero Anopheles albimanus. Em 2008, foram relatados 36.774 casos de malária dos quais 740 ocorreram na capital, Porto Príncipe.
 Quase todos os casos são pelo Plasmodium falciparum, protozoário sensível ao tratamento por cloroquina, droga preconizada como primeira linha de prevenção e tratamento. Com a finalidade de monitoramento da atividade dos mosquitos na Base Brasileira no Haiti, foi realizada uma pesquisa em armadilhas (PAr). Foram colocadas ovitrampas em locais estratégicos da Base. Ovitrampas são depósitos de plástico preto com capacidade de 500 mL, com infusão atrativa para mosquitos e uma paleta de Eucatex, presa por um clips simples e que tem a finalidade de atrair fêmeas do mosquito para oviposição.
 Elas foram instaladas em locais estratégicos da Base a uma certa altura do solo e retiradas 5 dias após. As ovitrampas constituem método sensível e econômico na detecção da presença de Aedes. São especialmente úteis na detecção precoce de novas infestações em áreas onde o mosquito foi eliminado. Após a eclosão dos ovos, foi possível realizar a identificação do vetor e serão realizados ensaios biológicos, moleculares e bioquímicos com a finalidade de avaliar o “status” de resistência aos inseticidas empregados, visando sua utilização de maneira adequada e eficiente, juntamente com outros métodos de controle preconizados como utilização de mosquiteiros, eliminação de focos, uso de repelentes, etc.
 2. Gestão da Segurança Alimentar
 A Portaria Nº 854/SELOM, de 4 de julho de 2005 (Regulamento Técnico de Boas Práticas em Segurança Alimentar nas Organizações Militares), é o regulamento do Ministério da Defesa que estabelece os critérios de higiene e de boas práticas operacionais para alimentos produzidos, fabricados, manipulados e prontos para o consumo no âmbito das Organizações Militares das três Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea). Possui uma lista de verificação com todos os itens ligados a saúde dos manipuladores, água para consumo e preparo de alimentos, controle integrado de pragas, estrutura e edificação, higiene do manipulador, transporte, recebimento e armazenamento de gêneros e higiene ambiental. Com o emprego desta lista, foi possível fazer uma avaliação precisa das condições higiênico-sanitária das cozinhas militares do CONTBRAS e propor medidas corretivas para os óbices encontrados. Foram analisados também, aspectos relativos à correta destinação dos resíduos de alimentos.
  3. Gestão dos Resíduos de Saúde
 Em cooperação ao Médico do CONTBRAS, a equipe procedeu à avaliação da correta destinação dos resíduos oriundos das enfermarias. Todo material infectante é enviado à Log Yard, instalação da ONU responsável pela sua destinação final, em conformidade ao manual “Standard Operating Procedure for the Collection of Hazardous Waste and Other Materials for Disposal - DPKO – UN”. Seu acondicionamento é feito adequadamente, em sacos e caixas que atendem o preconizado pelos órgãos reguladores nacionais e internacionais.
 4.Gestão da água
 A interrupção do sistema de fornecimento de água no Haiti e conseqüente contaminação devido aos danos causados na infra-estrutura de esgotos pelo terremoto de 12 de janeiro podem resultar em risco ao consumo aumentando a probabilidade do surgimento de doenças de veiculação hídrica. A Salmonella typhi (causadora da febre tifóide) e a hepatite A estão presentes e possuem potencial epidêmico. A cólera não é endêmica no país. Para prevenir tais agentes, o CONTBRAS utiliza para tratamento de sua água, um equipamento de osmose reversa que é composto por vasos de pressão tubulares, contendo em seu interior as membranas de osmose reversa. As membranas são formadas por um conjunto de filtros semi-permeáveis, enroladas em forma de espiral. A bomba pressuriza a água para dentro dos vasos de forma que o fluxo de água percorre o vaso longitudinalmente no espaço entre a parede interna do vaso e a membrana de osmose reversa.
 Ao longo do vaso, parte do fluxo de água atravessa a membrana em espiral chegando até o meio da membrana livre de sais dissolvidos, onde então é recolhida. Essa parte do fluxo é chamada permeado. A parte que não atravessa a membrana, chamada rejeito, sai pela outra extremidade do vaso carregando consigo todos os sais e impurezas. Foram realizados exames bacteriológicos na água empregada para consumo direto, escovação de dentes e banho, lavagem de utensílios de cozinha e alimentos, utilizando-se o método do substrato cromogênico (Colilert®), obtendo-se resultados de potabilidade para todas as análises realizadas
 5.Gestão do Controle de Pragas
 Ainda com o emprego da lista de verificação do Regulamento Técnico de Boas Práticas em Segurança Alimentar nas Organizações Militares, foram observadas medidas para controle de pragas envolvendo telamento, proteção de ralos, principalmente em área de cozinha, bem como quanto à localização de latas de lixo e correta utilização de raticidas e inseticidas.
 6.Gestão de zoonoses
 Ainda segundo dados da ONU, o Haiti é o maior foco de raiva transmitida por cães das Américas e, ainda segundo seus relatórios, após o terremoto existe a possibilidade de um grande aumento de sua incidência. Graças a isso, especial atenção foi dada ao emprego de barreiras mecânicas para evitar a entrada de cães errantes na Base Brasileira.
 7.Gestão dos Resíduos Sólidos e Líquidos de Viaturas e Geradores
 Uma das principais preocupações da ONU é quanto ao dano ambiental causado pelas diversas missões de paz espalhadas no mundo. Tal preocupação é traduzida na obrigatoriedade do emprego de um oficial de Gestão Ambiental. Ele é o responsável pela fiel observância das medidas empregadas no sentido de minimizar os efeitos impactantes ao Meio Ambiente local. Graças a isso foi observado pela equipe o emprego de medidas de reflorestamento nativo, controle de resíduos perigosos (resíduos sólidos e líquidos de viaturas e geradores, baterias, etc.) que são recolhidos e enviados à mesma Log Yard para destinação final.
 Conclusão:
 A equipe propôs ao Comando do Exército, através das ações acima descritas, a necessidade do emprego regular do médico veterinário na Missão de Paz do Haiti. Ele é o profissional mais habilitado para atuar com os militares da Arma da Engenharia no monitoramento do tratamento da água, através de análises físico-químicas (pH, cor, turbidez) e bacteriológicas; atuar com o aprovisionador na correta gestão de resíduos de alimentos, armazenamento de gêneros secos e frigorificados, cobrança do cumprimento das Boas Práticas de Manipulação de Alimentos, armazenamento do material de sanitização e inspeção de gêneros alimentícios; atuar com o médico no correto emprego das medidas para controle dos vetores previstas no manual “Medical Support Manual for United Nations Peacekeeping Operations – DPKO – UN” e atuar com o médico no correto emprego das medidas para controle das zoonoses além de executar as medidas de controle de pragas (roedores e baratas) que causam prejuízos materiais e à saúde dos militares.
 Fonte: Informativo do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio de Janeiro I Ano XXII - Nº 229 - agosto de 2010
Enviado por Carlos Flávio

Brasileiro consome 128 gramas de mel por ano contra 1,5 quilo na Europa e EUA




Importante fonte de energia e com alto valor nutricional, o mel ainda não faz parte da dieta alimentar da grande maioria dos brasileiros. De acordo com a Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), a média de consumo por habitante no país é de apenas 128 gramas por ano, enquanto nos Estados Unidos e na Europa o consumo per capita gira em torno de 1,5 quilo a cada 12 meses.

Diante deste cenário, os produtores brasileiros miram o mercado externo como forma de aproveitar a capacidade instalada nacional, estimada pela CBA em condições de processar quatro vezes mais mel que a atual produção, em torno de 50 mil toneladas anuais. Mas para crescer no comércio internacional, os apiários precisam adequar seus processos produtivos às exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Atento a esta questão, o Sebrae tem desenvolvido programas com as principais cooperativas de produtores do Estado e do país, com o objetivo de ajudar as empresas a implantarem medidas de controle sanitário mais rígidas. Em Minas Gerais, são quase 150 produtores beneficiados. Uma das associações que contam com este suporte é aAapivale, do Vale do Aço, que congrega 78 produtores. "A Aapivaleestá readequando seu entreposto, que é o local onde o mel é processado, para voltar a exportar para a Europa", informa a analista do Sebrae em Minas Gerais Danielle Fantini.

Segundo ela, o embargo europeu à Aapivale não é um caso isolado. "É tão comum que o Ministério da Agricultura passou a exigir que os entrepostos em todo o País façam modificações na estrutura física e nos processos de produção para que eles possam se habilitar novamente a exportar para a União Europeia", acrescenta.

Para auxiliar os apicultores da Aapivale a se adequarem às novas exigências e garantirem o controle de todo o processo, o Sebrae se baseia no Programa de Alimento Seguro (PAS-Mel), no qual são trabalhadas duas metodologias: Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), ambas desenvolvidas em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

De acordo com Danielle Fantini, o PAS-Mel atua tanto no campo quanto no entreposto. "No campo, ele foca a colmeia e a casa de mel, local onde o produto é preparado para ser envasado.A casa de mel, por exemplo, deve ser azulejada, possuir pia com sabonete líquido e piso diferenciado. E os baldes que transportam o mel da colmeia devem estar sempre limpos e não podem ser utilizados para outro fim", explica.

Segundo a analista do Sebrae em Minas Gerais, o processo é lento porque requer investimentos dos apicultores. "Poucos tinham casa de mel, com o processamento sendo feito na própria cozinha. Para contornar o problema, muitos produtores têm feito parcerias entre si para construírem estas unidades em conjunto", relata Danielle.

Ela conta que a Aapivale está em fase final de readequação das suas instalações e que, em breve, será submetida a nova avaliação do Ministério da Agricultura. Caso consiga a aprovação, a associação poderá voltar a exportar para os países do velho continente. Detentora de uma certificação de mel orgânico de uma instituição alemã, aAapivale está confiante de que conseguirá também a autorização do governo brasileiro.

Com isso, a associação poderá diversificar sua carteira de exportação, atualmente concentrada nos Estados Unidos. A expectativa é destinar 300 das 500 toneladas produzidas anualmente para o mercado externo.

NOVA LIMA

Outra associação que tem se beneficiado do programa PAS-Mel é aCooperativa Nacional de Apicultura (Conap), de Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o presidente da cooperativa, Irone Martins Sampaio, a parceria com o Sebrae em Minas começou em 2008 e tem sido muito profícua. Dos 200 produtores ligados à cooperativa, 40 estão seguindo os preceitos do PAS-Mel. 

"O trabalho desenvolvido pelo Sebrae em MInas, principalmente no que diz respeito à implantação da casa de mel e à adoção de boas práticas no entreposto, tem sido fundamental para que a Conap possa vislumbrar sua entrada no mercado europeu", afirma Sampaio.

Segundo ele, a certificação, necessária para que a cooperativa se habilite a exportar para a Europa, poderá ser conseguida já em setembro próximo, quando uma equipe do Ministério da Agricultura irá a Nova Lima auditar os produtos e processos da associação.

Atualmente a Conap é a maior produtora de própolis do país, com 12 toneladas anuais, o equivalente a 31,5% do total produzido no território nacional. A associação já exporta para Japão, China, Coreia do Sul e Estados Unidos.

PRÊMIO NACIONAL

Uma das empresas da Aapivale que implantou o PAS-Mel com o suporte do Sebrae-MG foi a Apiários Casagrande, localizada no município de Dom Silvério, no Vale do Aço. Com 17 funcionários, a empresa, de propriedade de Geraldo Martins Rôla e Juliana Maria Costa Gomes, produz 12 toneladas de mel por ano, podendo beneficiar até 30 toneladas, captadas junto a apicultores parceiros, associações e cooperativas da região.

De acordo com Juliana Gomes, a implantação dos procedimentos do programa na empresa foi fundamental para garantir a qualidade higiênico-sanitária dos seus produtos e matérias-primas e contribuiu para que a Apiários Casagrande conquistasse o prêmio Destaque Nacional da Apicultura no congresso brasileiro realizado pelaConfederação Brasileira de Apicultura (CBA), em maio passado, em Cuiabá (MT). 

"O controle é feito desde a entrada da matéria-prima na empresa até que o produto chegue ao comércio. Os lotes são registrados com o nome do produtor, data da colheita e de validade. Desta forma, conseguimos rastrear e acompanhar todo o processo de colheita e armazenagem do mel, do própolis e da cera", explica.

Para a entrada da matéria-prima no entreposto, são necessários vários procedimentos, todos devidamente monitorados e registrados: a qualidade da água; o controle de insetos e pragas; a limpeza do entreposto de modo geral; os procedimentos na manipulação e fabricação dos produtos e os cuidados na armazenagem da matéria-prima e embalagens; entre outros. Os funcionários passam por treinamentos contínuos, que incluem técnicas sobre contaminação e manipulação dos alimentos.

O mérito maior do PAS-Mel, segundo Juliana Gomes, é ajudar prevenir o erro, diminuindo o custo para a empresa e aumentando a segurança do consumidor. "São ações necessárias que asseguram que nenhum alimento com risco possa chegar ao mercado", afirma.

MAIS INFORMAÇÕES

Sebrae em Minas Gerais
Telefone: (31) 3379-9270

Central de Relacionamento Sebrae
Telefone: 0800 570 0800

FONTE

Agência Sebrae de Notícias

Alta no preço do boi revela abate excessivo de fêmas em anos anteriores




A valorização dos preços do boi gordo no mercado interno é reflexo do expressivo aumento na taxa de abate de matrizes nos últimos anos. "Sem conseguir renda suficiente para se manter na atividade, os pecuaristas não tiveram opção e foram obrigados a abater boa parte do rebanho, a maioria de fêmeas", afirma o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte daConfederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira. Para ele, as conseqüências dessa decisão podem ser dimensionadas agora.



A demanda por animais supera o volume ofertado. Neste ano, as indústrias não podem recorrer à estratégia de completar as escalas de abate com fêmeas, prática comum nos últimos anos. "Não há lotes de fêmeas disponíveis", afirma Nogueira. Dessa forma, a única alternativa para os frigoríficos é comprar lotes de boi gordo.

A disponibilidade de animais para abate é tradicionalmente menor durante o período de inverno. Neste ano, no entanto, a situação é mais crítica, reflexo do abate de matrizes dos anos anteriores. Levantamento da CNA mostra que os preços do boi gordo subiram 20,09%, em São Paulo, no acumulado de janeiro a agosto de 2010. E não há perspectiva de redução de preços, mesmo com o fim da entressafra.

Os confinamentos são finalizados até meados de novembro, após as primeiras chuvas. Neste ano, no entanto, as queimadas destruíram as áreas de pastagem e a recuperação dos pastos deve levar mais tempo, o que resultará em atraso na conclusão do processo de engorda a pasto. "Os preços do boi gordo não devem cair, mesmo com a chegada das chuvas", diz Nogueira.

A variação positiva dos preços da arroba já foi percebida pelo consumidor, que está pagando mais caro pela carne. Segundo pesquisa da CNA, a alta dos preços dos cortes no atacado superou a valorização da cotação do boi gordo. No acumulado do ano até agosto de 2010, os preços do dianteiro foram os que mais subiram no atacado: 38,84%. O preço da ponta de agulha subiu 31,74% no período. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no acumulado do ano até agosto foi de 3,14%.

FÊMEAS

Em anos normais, o abate de fêmeas oscila entre 22% e 25%. Há três anos, no entanto, esse índice atingiu o pico de 47%. "Há alguns anos estamos alertando para o excessivo abate de matrizes e para as conseqüências dessa situação. A falta de animais para abate, infelizmente, é uma realidade anunciada", explicou Nogueira.

FONTE

Agência CNA
Telefone: (61) 2109-1419

Pesquisadores da Embrapa buscam linhagens de búfalos mais produtivas




Animais com menor tempo de engorda, com carne de melhor qualidade e com maior produção de leite. É isso que buscam pesquisadores da Embrapa que avaliam diferentes rebanhos de búfalo de Norte a Sul do país. Por meio de avaliações em campo e análises de DNA em laboratório, os cientistas esperam identificar ao menos duas linhagens de búfalos com características produtivas desejáveis.

A pesquisadora Luciana Gatto Brito, da Embrapa Rondônia, explica que as avaliações são feitas basicamente em duas etapas. A primeira delas é o monitoramento das características dos rebanhos. É acompanhado o ganho de peso dos animais, a produção de leite, o tempo de lactação, o intervalo entre partos e outros índices zootecnicos.

Em Rondônia, o monitoramento é feito em propriedades localizadas nos municípios de Presidente Médici, Ouro Preto do Oeste, Nova União, Mirante da Serra e Ji-paraná. A cada mês, os profissionais daEmbrapa Rondônia pesam os animais e anotam outros indicadores de desempenho.

Os dados colhidos em campo serão confrontados com análises em laboratório. Os cientistas pretendem identificar no DNA dos animais os genes responsáveis pelas características desejáveis, como curto tempo no ganho peso, deposição de gordura na carcaça, marmoreio da carne e produção de leite. Além de Rondônia, fazem parte do trabalho rebanhos do Pará, Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Ana Karina Dias Salman, pesquisadora da Embrapa Rondônia, explica que os exames de DNA são importantes para verificar se os reprodutores possuem capacidade de transmitir a seus descendentes os genes responsáveis pela manifestação das boas características de produção. Com softwares estatísticos será possível ranquear os animais avaliados em todo o país e identificar os mais promissores.

Os resultados podem indicar a formação de linhagens de búfalo mais produtivas. O objetivo é ter ao menos uma linhagem com aptidão leiteira e outra para a produção de carne. De acordo com os pesquisadores, isso pode representar um importante avanço para a criação de búfalos, uma vez que o país possui um rebanho pouco representativo e com pouca variabilidade genética, se comparado com o rebanho bovino.


FONTE

Embrapa Rondônia
Daniel Medeiros - Jornalista
Telefone: (69) 3225-9387

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Transmissão da raiva pode ser evitada com a vacinação dos animais




Transmissão da raiva pode ser evitada com a vacinação dos animais
28/09/10 - 12:09 
No Dia Mundial da Raiva, o IICA alerta sobre a importância de conscientizar a população sobre os impactos da raiva animal e humana

Desde 2007, mais de 100 milhões de pessoas receberam informações sobre a Raiva, e cerca de 3 milhões de animais no mundo inteiro já foram vacinados contra ela. Graças à comemoração do Dia Mundial da Raiva, que este ano é celebrado hoje em todos os países do mundo

O objetivo é de conscientizar a população sobre os impactos da raiva animal e humana, como é fácil preveni-la e como eliminar as principais fontes da doença no mundo. A raiva em humanos é 100% evitável, por meio de tratamento médico adequado e rápido. No entanto, mais de 55 mil pessoas, principalmente na África e Ásia, morrem de raiva todos os anos - um índice de 1 pessoa a cada 10 minutos.

A principal fonte de doença são os cães. A transmissão pode ser evitada com a vacinação dos animais e com campanhas educacionais. A vacinação é eficaz e segura, mas ainda pouco disseminada nos países em desenvolvimento.

Essa incrível resposta à iniciativa foi um grande passo e um grande incentivo. Segundo a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) “pelo menos 74 países participam no Dia Mundial da Raiva para planejar uma ampla variedade de eventos incluídos: clínicas de vacinação, conferências e seminários educacionais, cursos de extensão, exibições em museus e jardins zoológicos, desfiles, festivais, bailes, teatros com marionetes, marchas, corridas, e caminhadas com cães”.

Em Brasília, a Secretaria de Saúde prorrogou, por mais uma semana, a vacinação de cães e gatos contra a raiva. Agora, os interessados podem levar os bichos para imunização durante toda esta semana, das 8h às 17h, nas inspetorias de saúde localizadas em todas as regiões administrativas do Distrito Federal. Ao todo são 335 postos.

Faça o download da cartilha de conscientização, desenhada pelo cartunista Maurício de Sousa, clicando aqui 

As informações são da assessoria de imprensa do Instituto Interamericano de Cooperación para la Agricultura.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Alerta contra picadas em selva paulistana

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Administração do Bosque do Morumbi instala placas advertindo o público sobre a presença de animais peçonhentos em áreas de mata, ao longo das trilhas.

Em princípio, as placas que foram colocadas recentemente nas trilhas do Parque Alfredo Volpi, mais conhecido como Bosque do Morumbi, causam um certo arrepio. Advertem que a mata circundante abriga aranhas, escorpiões e até cobras, de modo que não se deve entrar ali, sob o risco de levar uma picada.
A bióloga Maria Fernanda de Souza Ferreira, administradora do parque, explica que a ideia nasceu há cerca de dois meses, ao deparar com um casal de estrangeiros, junto com suas crianças, em uma área vedada ao público justamente para prevenir acidentes com animais peçonhentos.
A explicação dos turistas – que caçavam uma cigarra para mostrar aos filhos – despertou para o fato de que os avisos de alerta então existentes não eram suficientemente explícitos. "Ilustradas com desenhos dos bichos, as placas teriam impacto maior, como de fato ocorreu", diz Maria.
A julgar pelos números do Ministério da Saúde, Maria Fernanda acertou em cheio. A quantidade de casos cresceu significativamente nos últimos seis anos no País. As notificações, exatas 68.219 em 2003, saltaram para 90.558 no ano passado, com o registro de 309 mortes. Os escorpiões contribuíram com mais de 50%: 47.815 eventos, dos quais 103 óbitos. 
O crescimento dos ataques de escorpiões decorre da sua atração às cidades através das baratas, inseto doméstico e um dos seus alimentos preferidos. Em segundo lugar vem as serpentes, com 30% dos casos. Felizmente, apenas 3% dos ataques ganham maior gravidade; 98,7% tem cura total e apenas 1,15% guardam sequelas.

Mas o Bosque do Morumbi, com seus 142.432 metros quadrados, felizmente não contribuiu com esses números. "Nunca houve acidente com nossos frequentadores", informa a administradora. Mas o risco é latente, pois os sinuosos 1.500 metros de trilhas e outro tanto de pista de cooper serpenteiam por uma vegetação típica da Mata Atlântica, que guarda remanescentes da sua fauna.
Foram ali identificadas 86 espécies, das quais 76 são aves e animais surpreendentes, em se tratando de São Paulo: uma família de bichos-preguiça, um grupo de saguis e caxinguelês, além dos bichos peçonhentos.
Fazenda – Na verdade, trata-se de um nicho original do que restou da antiga Fazenda Morumby, que nos permite admirar belos exemplares sobreviventes da mata virgem, como os altos guapuruvus, a copaíba, o camboatá, a esguia palmeira gerivá e a samambaiaçu. O nome da propriedade batizou o bairro chique da zona sul que abriga o parque.
Esta fazenda foi propriedade do inglês John Rudge, que devia ser um sujeito empreendedor, pois lá plantou pioneiramente chá indiano, nos idos do século XIX. A propósito, a casa dessa fazenda, devidamente tombada e restaurada, é hoje um restaurante bem cotado, logo depois do Palácio dos Bandeirantes, na avenida Morumbi.
O parque é bem movimentado, mesmo durante a semana. Recebe, especialmente de manhã, mamães e babás com crianças pequenas que se reúnem no playground. O estacionamento fica lotado nos fins de semana e sempre é difícil encontrar mesas livres nas áreas reservadas aos piqueniques.
Anderson Anastácio de Lima, de 33 anos, técnico eletrônico, morador no Campo Limpo, zona sul, é um desses frequentadores assíduos há dois anos, quando se tomou de amores pelo lugar, levado particularmente pela beleza mata fechada. Faz caminhadas e exercícios físicos e, nessa movimentação jamais esbarrou com alguma cobra ou escorpião.
Mas, no seu entender, as novas placas são necessárias porque, de vez em quando, ele vê usuários xeretando nas áreas restritas, confiando, talvez, na proximidade do Instituto Butantã, cerca de três ou quatro quilômetros, com seus soros salvadores.